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Desde a espera por Francisco, a psicóloga Marcela de Oliveira Silva sempre teve a certeza do que queria. Além de um parto natural, sabia que a amamentação seria fundamental para o crescimento e desenvolvimento do filho. Até os seis meses de vida, o leite materno foi o único alimento de Francisco, que hoje tem um ano. Além de diversos benefícios, amamentar só fortaleceu a relação e o amor dos dois.

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“Amamentar é nutrir corpo, pois o leite tem propriedades nutricionais importantes para o bebê principalmente até o segundo ano de vida, e também é nutrir a mente, pois amamentar não é só sucção de leite, é contato materno, é essa relação se estruturando, é troca de carinho, é suprir necessidades afetivas e emocionais do bebê, tão importantes para o desenvolvimento humano”, opina Marcela.

Para incentivar mais mães a amamentar assim como Marcela, começa nesta quarta-feira (1º) a Semana Mundial da Amamentação. O Município de Itajaí, por meio da Secretaria de Saúde, está engajado na campanha e vai promover atividades de promoção do aleitamento materno em todas as suas unidades de saúde.

Alimento exclusivo nos seis primeiros meses

O leite materno é nutritivo, protege contra várias doenças e alergias alimentares, e deve ser o alimento exclusivo do bebê nos seis primeiros meses de vida. Nos primeiros dias após o nascimento da criança, a mulher produzirá o colostro, que parece um leite ralinho, mas na verdade tem alto valor nutritivo e é uma vacina natural para o bebê, pois protege o tubo digestivo, ajuda na digestão e reduz o risco de icterícia.

De acordo com a nutricionista da Secretaria de Saúde de Itajaí, Alessandra Monestel, não é necessário dar outros alimentos além do leite materno nos primeiros seis meses. O leite do peito é um alimento completo e tem tudo que a criança precisa, incluindo a água. “Após esse período, a mãe pode iniciar a introdução de outros alimentos, mantendo o aleitamento até os dois anos ou mais”, explica Alessandra.

Além dos benefícios para o bebê, a mãe também tem vantagens ao amamentar. Quando o bebê mama, por exemplo, é liberado um hormônio chamado ocitocina, que faz o útero contrair e voltar ao normal. A amamentação ainda reduz o risco de a mulher ter alguns tipos de cânceres.

Apoio e orientação

Nem sempre a decisão de amamentar é fácil. Nesse processo, a mulher pode enfrentar algumas dificuldades, como fissuras na mama e mastite (inflamação na mama). Esses problemas podem ser causados, principalmente, pela pega incorreta do bebê na hora de mamar.

“O uso de chupetas, mamadeiras e a introdução de outros leites podem prejudicar a amamentação. Fumar, ingerir bebidas alcoólicas e tomar remédios por conta própria também atrapalham o aleitamento”, relata a nutricionista Alessandra Monestel.

Por isso, além do apoio da família e do parceiro, a mãe pode buscar ajuda dos profissionais de saúde do município ou no Banco de Leite do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen. Nas unidades de saúde, as equipes estão capacitadas para orientar a mulher para que ela consiga voltar a amamentar.

Itajaí foi, inclusive, o primeiro do Estado a receber a certificação da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil. Para receber o certificado do Ministério da Saúde, as equipes de saúde precisam atender alguns critérios para qualificar o processo de trabalho, visando o incentivo ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável para crianças menores de dois anos.

Atualmente, as unidades Canhanduba, Cidade Nova I, Espinheiros, Santa Regina, Costa Cavalcante e Nossa Senhora das Graças, Cidade Nova II, Promorar II, Itaipava, Votorantim, Cordeiros e Jardim Esperança receberam a oficina da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, totalizando 29 equipes de Estratégia Saúde da Família qualificadas.

Seminário e mamaço

Com o tema “Amamentação é a Base da Vida”, a Semana Mundial da Amamentação segue até o dia 7 de agosto. O objetivo do evento é estimular as mães a amamentarem seus filhos, bem como fortalecer as políticas e programas de saúde que orientem e apoiem as mulheres durante o aleitamento. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, a amamentação pode reduzir em 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos, bem como diminuir os casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade.

Para reforçar as orientações sobre o assunto, o Município vai trabalhar o tema durante todo mês, em rodas de conversa e grupos de gestantes nas unidades de saúde. No dia 10 de agosto, está previsto um Seminário sobre Amamentação aberto à comunidade, a partir das 13h30, no Centreventos de Itajaí. Na ocasião, as mulheres poderão esclarecer dúvidas sobre o aleitamento e trocar experiências. Além disso, as unidades de saúde vão promover a Hora do Mamaço no dia 30 de agosto, às 16h, como forma de chamar atenção da sociedade.

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Informações adicionais:
Secretaria de Saúde de Itajaí
(47) 3249-5500