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CREAS POP é referência em atendimentos às pessoas em situação de rua

Homens e migrantes são maioria da população em situação de rua em Itajaí
Data de inclusão: 16/12/2016 14:39

“Tenho o sonho de dar palestra sobre a minha condição hoje, porque a gente nunca pensa que vai viver na rua”. A frase é de Fábio, 34 anos, morador de rua há 17 anos em Itajaí. Vindo do oeste catarinense, ele encontrou na cidade o refúgio para alguns de seus problemas pessoais. Sem conseguir emprego e moradia, começou a viver em situação de rua na cidade. “A gente entra em contato com coisas erradas e não consegue mais sair”, explica.

Para lidar com a rotina na rua, conseguir se alimentar e tentar arrumar um trabalho, Fábio começou a participar de encontros do CREAS, CAPS AD e já frequentou também a Casa de Apoio, que acolhe as pessoas em situação de rua. Mas há cerca de dois anos, foi no Centro de Referência Especializado da Assistência Social para População em Situação de Rua (CREAS POP) que ele encontrou a oportunidade de mudar. “Aqui a gente aprende a cada dia”.

O Centro de Referência Especializado da Assistência Social para População em Situação de Rua é um serviço mantido pela Prefeitura Municipal de Itajaí, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social. Inaugurado em 1° de abril de 2014, é destinado às pessoas que sobrevivem nos espaços de rua. No local, os moradores de rua têm acompanhamento especializado com atividades direcionadas para o desenvolvimento de sociabilidades, resgate, fortalecimento e construção de novos vínculos interpessoais e familiares.

A unidade atende cerca de 60 pessoas por dia. Em sua maioria homens e migrantes, vindos de outras regiões do país. Álvaro, de 24 anos, é um deles. Nascido em Londrina, no Paraná, o morador de rua está há um mês como usuário do Creas POP e acredita que o local oferece uma boa experiência às pessoas em situação de rua, já que além de oferecer alimento, auxilia na busca por um trabalho e possibilita conhecer pessoas de diferentes lugares.

O objetivo do Centro é proporcionar vivências que favoreçam o alcance da autonomia, estimulando a mobilização e participação social dos usuários. Com isso, o serviço oportuniza espaços e atividades que contribuem para que se constitua como referencia no território para o convívio grupal, social e para o desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade, respeito e socialização.

Para que isso aconteça, todos os dias, das 07 às 18 horas, o Centro abre para oferecer aos usuários banho, alimentação, auxílio na elaboração de documentos, lavagem de roupa e atividades em grupo. Toda segunda-feira é iniciada com o Grupo do Bom dia, uma ação para esclarecer os combinados, informar sobre determinadas questões e interagir com o grupo. Na terça-feira é a vez do Cine Pipoca com filmes que possibilitam a reflexão sobre a vida e tratam de assuntos diversos como preconceito e diferenças. Através dos filmes, são feitas discussões a cerca de problemas relacionados com a vida dos usuários.

São os próprios usuários do Centro que ajudam na conservação do espaço, recolhendo o lixo do local, limpando os banheiros e arrumando o pátio, por exemplo. Por isso, às quartas-feiras acontece a Roda de Conversa para estabelecer os acordos para o cuidado do Centro, para entender as vontades dos usuários e auxiliá-los no cotidiano.

A quinta-feira é considerada o melhor dia para os usuários, pois nela é feito o Projeto Tecendo Sonhos, que traça um projeto de vida para eles. Além disso, a atividade coletiva proporciona o contato com os sonhos e faz com que os moradores de rua resgatem as lembranças do passado para irem em busca de objetivos no futuro.

População em Situação de Rua

O fenômeno da população em situação de rua, que vem crescendo em todo o território nacional, iniciou desde a formação das primeiras cidades brasileiras. Os motivos para uma pessoa viver em situação de ruas são diversos – desde abandono de familiares, uso de drogas e álcool, desemprego até desilusões amorosas.

O fato é que a existência de pessoas em situação de rua é um reflexo da desigualdade social brasileira. Em busca de instituir políticas públicas específicas para essa população, foi assinado em 23 de dezembro de 2009 o Decreto Federal nº 7.053.

No Decreto, ficam designados os princípios da Política Nacional para a População em Situação de Rua, além da igualdade e equidade, como: respeito à dignidade da pessoa humana; direito à convivência familiar e comunitária; valorização e respeito à vida e à cidadania; atendimento humanizado e universalizado; e respeito às condições sociais e diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção especial às pessoas com deficiência.

A condição de estar em situação de rua não retira os direitos e garantias individuais e coletivas, instituídos para todos os cidadãos brasileiros na Constituição Federal de 1988. O direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade é universal e faz parte dos Direitos e Garantias Fundamentais dos cidadãos.

 

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Informações Adicionais:

CREAS POP

(47) 3348-4133

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