A entrega da restauração do Museu Histórico de Itajaí e sua nova expografia será na próxima quarta-feira (21), às 10 horas, para repórteres e veículos de comunicação. Os profissionais da imprensa serão recepcionados e terão visita e orientação sobre as mudanças e acervo. Instalado no Palácio Marcos Konder, o museu acompanha as tendências mundiais da museologia.
Agora, o espaço terá um diálogo vivo com a comunidade, voltado para a construção de novos públicos e a preservação da memória dos itajaienses. Tecnologias modernas de áudio, vídeo, luminotécnica e computação vão transformar a visita em um aprendizado lúdico de imersão na história do município. “É a história do século XVII até o século XX contada com tecnologias do século XXI, uma nova expografia”, diz o superintendente da Fundação Genésio Miranda Lins (FGML), Antônio Carlos Floriano.
Hoje, uma das premissas da museologia contemporânea é a participação social na montagem de museus e nas suas operações. As salas temáticas do museu apresentam visões inusitadas sobre temas distintos que, por sua vez, levam a outros. Pode-se visitá-las de forma não-linear, começando por qualquer ponto. Dos primórdios da ocupação humana no Vale do Itajaí às inovações do século XX, é possível conhecer aspectos sobre a imigração, a religiosidade e o espaço marítimo, por exemplo.
Uma maquete mecânica que se altera conforme a época escolhida pelo visitante permite uma “viagem no tempo” pela arquitetura do município. Toda feita em papel machê pelo artista plástico e diretor do MHI, Agê Pinheiro, a maquete retrata as construções de Itajaí nas primeiras três décadas do Século XX. “Conforme a época escolhida pelo visitante, a maquete se altera com luzes, permitindo uma viagem no tempo. Foram 320 horas/40 dias para deixar pronta a obra, que mede dois por 2,5 metros”, esclarece Pinheiro.
Esse conceito de museu-interativo visa atrair o público prioritário: estudantes das redes pública e privada de ensino. Mas um outro público também está na mira: o turista que chega à Itajaí pelo mar, por terra ou ar. O diretor do Museu, Agê Pinheiro, defende a agregação do circuito cultural de museus ao produto turístico de Santa Catarina, como já acontece em outros países – Chile, Argentina, Espanha, Noruega, etc.“Todo o esforço envolvido desde o início do restauro do Palácio Marcos Konder, passando pela nova expografia, até a implantação do novo edifício anexo, é para que o MHI sirva de bússola que orienta à preservação da história de Itajaí para as novas gerações”, explica.
A obra e nova expografia do Museu está sendo financiada por meio da Lei Rouanet pelas empresas WEG, Havan e Gomes da Costa, além da Prefeitura de Itajaí.
Estas são algumas atrações que o visitante encontrará no Museu Histórico de Itajaí assim que a reforma estiver concluída:
Na sala "PRIMÓRDIOS", um vídeo em 360 graus coloca o visitante navegando pelo rio Itajaí-Açu na sua gênese de utilização do rio do séc.17/18. A fauna e a flora da região, os assentamentos indígenas (Carijós) e o aparecimento de posseiros demarcam a importância desse rio no surgimento e na construção da cidade que formamos hoje.
Na sala "SESMEEIROS", é abordado o território colonial da região, com as iniciativas da busca do ouro, da tentativa de instalação de uma Vila e do corte e venda de madeiras nobres para o Rio de Janeiro. Ali, emolduradas, duas imagens de sesmeeiros conversam com o público, mapeando as dificuldades enfrentadas na época.
Na Sala "CURATO", uma maquete mecânica se altera conforme o tempo escolhido pelo visitante. Os prédios mais importantes desse período brotam da base, dando-nos a ideia de expansão da urbe e suas direções. Um totem icônico de Agostinho Alves Ramos, fundador oficial da cidade, conversa com o visitante.
Na sala "RELIGIOSIDADE", cinco telas em LCD de 60 polegadas e um sistema de som direcional abordam as peculiaridades dos ritos e da fé do itajaiense – suas bases religiosas distribuídas entre os cultos católico, protestante e afro.
Na sala "ESPAÇO MARÍTIMO", escotilhas de um casco de navio mercante abordam o cotidiano do rio e sua relação com a urbe em três vídeos. Em breve, uma mesa interativa ajudará a compreender os elementos que compõem a estrutura de carpintaria de um barco pesqueiro e as aplicações desses nomes no modo de falar local.
Na sala "IMIGRAÇÃO", o foco é a projeção de sobrenomes italianos e alemães que compuseram a construção do Vale do Itajaí – as colônias instaladas pelos imigrantes e o que se tornaram.
No piso superior, a “SALA DO POETA” dispõe de recurso multimídia abordando a imagética da cidade e seu poeta maior, Marcos José Konder Reis.
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Informações Adicionais:
FGML - Fundação Genésio Miranda Lins
(47) 3045-7574