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Em poucos minutos, Dona Damiana fica rodeada de pessoas. Crianças e adultos observam curiosos a moradora da comunidade rural da Baía fazer biju no Engenho da Festa do Colono. Ela coloca sobre o forno a lenha, pequenas porções da massa de farinha de mandioca misturada com canela, açúcar e uma pitada de sal. Em 10 minutos está pronta a iguaria, receita dos tupis-guaranis que caiu no gosto dos moradores do litoral brasileiro. “Antigamente a gente comia muito biju. Hoje, muita gente não conhece, então aqui no engenho nós preparamos e distribuímos para degustação”, conta Damiana Souza Carvalho. 

Bem ao lado do engenho fica a Casa do Colono que reproduz nos mínimos detalhes como era a casa dos antigos moradores. Móveis, utensílios domésticos, fotos, equipamentos agrícolas, colchas e cortinas “a casa da vovó era exatamente assim” falou um dos visitantes para seu filho. Na área externa, uma patente (banheiro) é o que chama mais a atenção dos visitantes. “Lá em casa tinha uma patente dessas, e a gente se limpava com sabugos de milho, igual tá ai”, lembrou o senhor de 70 anos, Silvestre Will. Ele andava em cada cômodo da casa, de forma muito familiar, em cada espaço ele se lembrava de alguma história, que contava para quem estivesse ali.

Outro espaço reservado para o resgate da história de Itajaí e das comunidades rurais é o Memorial do Colono. Neste ano, o local sofreu mudanças: as peças foram reorganizadas, ganhou sonorização e iluminação e ainda totens eletrônicos com fotos da história da cidade.

O acervo do Memorial do Colono é composto por peças do Museu Histórico, Museu Etno-Arqueológico e Arquivo Municipal. O local faz um resgate da cultura rural expondo equipamentos domésticos, ferramentas, um arado entre outros. “Hoje as ferramentas de marcenaria são completamente eletrônicas. Aqui temos ferramentas totalmente manuais, o que causa espanto aos jovens e remete lembranças aos mais velhos, principalmente aqueles que utilizaram ou viram seus pais utilizando esses equipamentos”, conta um dos responsáveis pelo espaço, o historiador e museólogo Marco Antonio.

A maioria das peças foi doada pelos moradores, por isso nem todas as peças são datadas. “Temos aqui, uma espingarda que sabemos ter cerca de 100 anos, louças esmaltadas das décadas de 50 e 60, e um espremedor de frutas de madeira, que deve ter mais de 50 anos”, contou Marco Antonio. Outra curiosidade do local, são os cartazes de edições antigas da Festa do Colono.

A entrada em todos esses espaços é gratuito bem como a entrada da Festa do Colono. O estacionamento para carros custa R$10 e para motos R$5.

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